Resumo da corrida

Resumo da corrida

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Todos sabiam que, se a Matra colocava os seus automóveis em pista, não era para fazer de figurante. Depois do episódio dramático do M640, a equipa francesa esperava ganhar a edição de 1972 de Le Mans com os seus novos M670.
 

Em 1972, era do conhecimento público que Henri Pescarolo não estava muito satisfeito por ter de fazer equipa com um piloto que muitos consideravam uma espécie de «regressado». Graham Hill tinha sido efectivamehte um ícone, mas agora era forçoso admitir que já não possuía a garra de antigamente. O que se seguiu demonstrou que se a sua genica já não estava tão aguçada como dantes, mas a sua experiência iria contribuir tanto para a vitória como para melhorar a inteligência de prova daquele a quem chamariam mais tarde o «Senhor Le Mans». Com a ausência da Porsche, a Matra, que se concentrara em exclusivo nas 24 Horas de Le Mans, figurava como a favorita com o abandono dos Mirage e da Ferrari. Mas a concorrência não deixava de ser forte com os formidáveis T33 da Alfa-Romeo e os rapidíssimos Lola com o seu motor V8 Ford-Cosworth. Se é verdade que nas provas de resistência é necessário ser rápido na pista, também convém optar por soluções claras e eficazes no seguimento da corrida, sobretudo com condições climatéricas inconstantes. Foi em condições como estas que o veterano Graham Hill pôs em prática tudo o que se pode esperar de uma velha raposa. Deve-se acrescentar que é difícil ensinar qualquer coisa a quem foi campeão do mundo de Fórmula 1 (em 1962 e 1968) e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1966. Quando a pista passa de seca a encharcada com alguns períodos húmidos, a mudança dos pneus torna-se crucial. Além disso, num circuito muito longo, as ratoeiras podem surgir a qualquer momento e uma volta a mais pode dar origem a situações dantescas. É verdade que Jean-Luc Lagardère desejava ardentemente que a Matra ganhasse a corrida, mas, depois dos treinos, a tensão entre as quatro equipas contratadas pela firma francesa era evidente. Durante a prova, o n.º 12 só completou três voltas, vítima de uma ruptura nos tubos do óleo. O MS66O de Jabouille perdeu um tempo precioso por lhe ter faltado a gasolina. Os Alfa Romeo seguiam na estira dos dois Matra, mas acabaram por atrasar-se, tal como os Lola vitimados por avarias na embraiagem. A luta entre Pescarollo/Hill e Cevert/Ganley foi terrível. Ganley sofreu um pequeno toque que o fez perder mais de trinta minutos. Enquanto os Ferrari 365 GTB4 executaram uma excelente prova de conjunto, o MS670 n.º 14 acabou por ficar com o segundo lugar do pódio. E não se ficou por aqui a notoriedade da Matra em Le Mans.

Lendas de Le Mans
Planeta de Agostini
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