Sabia que ...

Sabia que ...


Nos dias de hoje, as velocidades mais elevadas são atingidas nos troços que antecedem os famosos «esses» de indianapólis, o que torna esta parte da pista particularmente interessante aos pilotos e consequentemente aos incondicionais da prova. A primeira «direita» faz-se efectivamente a alta velocidade e nem pensar abrir a trajectória pois a travagem que se segue é violenta, desestabilizando o carro. Nem todos tiveram a mesma sorte nesta brincadeira. Lembrar-nos-emos do «erreur de carre» de Jean Claude Killy, associado a outra vedeta do esqui, Bob Wollek, que, em 1969, foi beijar os rails com o seu belo Alpine. Mais recente foi a vez de Jan Lammers de enviar o seu protótipo contra os rails, mas o troféu do milagre vai sem dúvida para Xavier Pompidou e o seu Porche GT que, perdendo a roda traseira esquerda no apoio, despenhou-se literalmente contra a única árvore no fim da escapatória. a árvore ficou de tal maneira enfiada no carro que o cotovelo do piloto ficou pousado em cima dela, felizmente que a cabine do piloto estava do lado certo.

A mais antiga anedota relata que, em 1925, o francês Sénéchal, ao volante do seu «tanque» Chenard e Walcker que vinha de recuperar, meia volta mais cedo, das mãos do seu colega de equipa Loqueheux, veio a encontrar-se, à saída da curva, a cavalo no talude. O aviso de nevoeiro intenso não fora retransmitido e confiando apenas na sua coragem, o nosso valente piloto arrancara 25 metros de «ganivelles» (vedação protectora da pista) sob os olhos incrédulos do director de corrida, o próprio Charles Faroux. Poderíamos ter esperado uma sanção exemplar mas fora, pelo contrário, o espírito empreendedor que recompensara a ACO, atribuindo uma medalha ao piloto à chegada, pois esta anti-derrapagem improvisada, escorregar sob as rodas, permitiu a Sénéchal livrar-se da areia. O cúmulo para este último fora perder a sua medalha durante a guerra, roubada pelos Alemães.

A mais famosa das duas curvas é, evidentemente, a esquerda de Indianapólis. Este «banking» deve o seu nome ao simples relevo? Não, pois as imagens cuidadosamente guardadas nos arquivos da ACO um baixio em tijolo comparável àquele usado em tempos na oval americana! Esta curva em relevo marcara os espírito tal como aos seus colegas de Indianapólis ou o famoso «Karussel» da Nordschleife em Nürburgring e, mais antigo ainda a curva de Saint Estèphe em Mont Ventoux.

Uma certeza porém, o lado positivo da curva não data da primeira época, os arquivos da ACO mostram efectivamente uma «indianapólis» perfeitamente horizontal nas primeiras edições. Podemos apostar que as passagens dos bólides cavavam a corda da esquerda e que, naturalmente, quando vieram os primeiros alcatroamentos dignos desse nome, seguiu-se a lógica impressa na marca das passagens repetidas, o que fora verdadeiro também para Mulsanne, ligeiramente em relevo durante muito tempo.

O contentor de gravilha exterior foi modificado em várias ocasiões. todos os anos é o receptáculo d'alguns «trava-tarde» e, dado a sua profundidade limitada, os choques contra a barreira de pneus que enfeitam o rail final têm por vezes consequências pesadas na corrida do naufrago. Relembramos que por altura das filmagens do filme Le Mans de Steve McQueen, em 1970, o accidente mais espectacular foi filmado neste lugar. A catapultagem de um Ferrari 512, por cima do banco de areia da época, e a aterragem do bólide, nos bosques, permanece uma das cenas choque do filme.

Hoje em dia é um lugar mágico, de noite, a proximidade dos automóveis e dos seus pilotos comungam com os fãs e os seus ídolos e, para os habitantes de beótis, a velocidade de passagem neste local permanece inexplicável, Fantástico!



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