A História de uma Lenda
1930 ![]()
A recessão económica de 1929 teve repercussões mundiais. O automóvel sentia, mais do que nunca, a depressão, tanto no ponto de vista comercial como, por consequência, tecnológico. Le Mans não podia, pois, fugir à regra: dezanove inscritos, dos quais dois não alinharam, portanto, apenas dezassete participantes o mais baixo número até hoje. Pela primeira vez o A.C.O. resolveu admitir concorrentes privados. A Bentley aproveitou o caso e se, oficialmente apresentou três Speed Six, a nível particular os robustos 4,5L pertenciam ao Team de Miss Dorothy Paget. A Corrida iniciou-se com problemas para vários carros cujos motores se ressentiam da má qualidade do combustível fornecido pela Organização. Os Bentley 4,5L foram os mais afectados, mas um Stutz incendiou-se pelo mesmo motivo, e o piloto em pânico saltou do carro em chamas e por pouco não foi atropelado pelo Bentley de Woolf Barnato que, acrobaticamente, evitou o acidente. Na altura a luta era renhida entre o Bentley de Barnato e o Mercedes de Caracciola. O record da volta mais rápida ia caindo. 7m 01s ou depois 6m 52s para o Mercedes, acabaram por ser batidos por um Birkin, em estado de graça, com 6m 48s. Durante esta luta várias vezes os carros se tocaram e esteve eminente o despiste. Mas, com 83 voltas decorridas o Mercedes abandonou sem bateria. A partir daí foi mais uma corrida dominada pelos Bentley, que terminaram em primeiro e segundo. Acabava aí a 'era' Bentley e os anos seguintes seriam os 'Alfa Romeo'.
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Textos de Jorge Curvelo, Francisco Muniz e Luis Santos |