Resumo da corrida

Resumo da corrida

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Apenas três anos depois do aparecimento da prova, a Lorraine-Dietrich pulverizou o recorde de velocidade nas 24 Horas, além de monopolizar o pódio. Para isso contribuiu com certeza o melhoramento do piso do circuito.
 

Único, o traçado de Sarthe merece bem este seu qualificativo. A disposição da zona das tribunas, assim como a da cidade a estender-se por detrás das boxes mantinha-se a mesma: construíram-se as primeiras tribunas diante das boxes para o público poder assistir confortavelmente aos reabastecimentos, e os lugares de estacionamento podiam acolher cerca de três mil veículos. No que respeita aos regulamentos técnicos, ficou assente que o piloto apenas poderia efectuar as reparações mais comuns. As 24 Horas de Le Mans estavam prestes a consagrar-se como prova desportiva com um público cada vez mais numeroso, cobertura de jornais internacionais e, sobretudo para os pilotos, com uma melhoria no seu trajecto: a estrada nacional 138 foi totalmente alcatroada. Se virmos imagens e filmes da época, poderemos compreender facilmente por que razão a média geral da prova ultrapassou a fasquia dos 100 km/h com um recorde da volta mais rápida de 114km/h. os pneus da época eram menos largos que os das motos dos nossos dias e rodar sobre um piso de terra batida com bólides que superavam os 150 km/h com um peso que se aproximava das duas toneladas não era mesmo nada fácil. E como durante a noite se fartou de chover, podemos até concluir que, a não ser assim a média teria sido superior. A concorrência entre os carros inscritos foi acirrada. Derrotada no ano anterior, a Bentley apareceu em La Sarthe com dois Speed Model e um modelo Super Sport. E para compensar a ausência da Chenard & Walcker, surgiu um novo concorrente de respeito: a Peugeot, que alinhou com dois 174 S.

Os Americanos também apareceram com um Overland e um Willys. Mas a Lorraine-Dietrich estava particularmente bem preparada para esta edição de 12 e 13 de Junho de 1926. Arrancando a um ritmo endiabrado, a firma alsaciana disputou a liderança da corrida com a Peugeot e a Bentley que, no entanto, não conseguiram manter-se em disputa: motor de arranque e desqualificação por remontar um pára-brisas quebrado no caso dos Peugeot, válvulas e distribuição também nos Peugeot, distribuição e travões nos Bentley. A corrida revelar-se-ia mortífera para as máquinas, já que das quarenta e uma equipas à partida, apenas treze se classificariam. A Lorraine pôde assim lançar-se para o primeiro triplo pódio da história da competição.

A história dos Lorraine

O ramo automóvel da empresa que fabricava material metalúrgico e mecânico abriu em 1905, depois da compra da licença de fabrico de um Amédée Bollée em 1897. Passou a produzir motores de automóveis e de aviões de grande reputação. Em 1906, a marca Lorraine-Dietrich sucedeu à De Dietrich. De 1920 a 1932, a marca de Lunéville dedicou-se essencialmente ao seu modelo 15 HP cujos vários modelos desportivos se consideram como os melhores dos anos 20. Eram automóveis potentes que possuíam recuperações excelentes, travões resistentes e uma robustez a toda a prova. Não esqueçamos que, em 1924, dois Lorraine já tinham ameaçado o Bentley que saiu vitorioso em Le Mans, e que em 1925 acabaram nos 1º e 3º lugares. A quarta edição das 24 Horas de Le Mans acabou por consagrar a marca. Com o triplo pódio e a extraordinária média estabelecida (os três carros a mais de 100 km/h), a Lorraine-Dietrich ganhou uma publicidade formidável, a ponto de, em 1931, a equipa de Henri Trébort ainda conseguir acabar a prova de La Sarthe em 4º lugar com um veículo concebido dez anos antes!


Lendas de Le Mans
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