Resumo da corrida

Resumo da corrida

Previous 1955  1957 Next

O drama que teve lugar na edição de 1955 das 24 Horas de Le Mans é, ainda hoje, uma obsessão. No ano seguinte, fizeram-se obras colossais para se diminuírem os riscos.
 

Desde a criação da prova, era inconcebível organizar as «24 Horas» noutro período que não fosse o de meados de Junho. Mas, dali em diante, a segurança tornou-se prioritária e sabia-se que os trabalhos de melhoramento gigantescos não estariam acabados antes do Verão. Foi por isso que se escolheu excepcionalmente a data dos dias 28 e 29 de Julho. Mesmo com a prova excluída do Campeonato do Mundo de Resistência, o ACO (Automobile Club de l'Ouest) pretendia fazer tudo para recuperar a honra perdida. Arrasou-se a totalidade da linha das boxes para as fazer recuar 15 m e aumentar a largura da pista. Desta maneira, os bólides que quisessem parar podiam abrandar no lado direito numa zona de desaceleração sem estorvar os outros concorrentes. Aumentou-se a segurança das tribunas escavando-se uma fossa larga entre a pista e as barreiras, e o traçado foi ligeiramente modificado: corrigiu-se a linha recta das boxes, abriu-se o ângulo da curva Dunlop e refez-se o piso entre Maison Blanche e Tertre Rouge. O traçado estendia-se agora por 13.461 metros em vez dos 13.493. Apesar de todas as melhorias, foi impossível evitar todos os acidentes como o de Louis Héry, que morreu ao volante do seu Panhard X86.

As alterações no regulamento tambérn tentaram reforçar a segurança com intervalos para o reabastecimento às trinta e quatro voltas e um limite do volume dos depósitos situado nos 130 litros. Além disso, os carros passaram a usar obrigatoriamente um pára-brisas. O habitáculo não podia ter menos de 120 cm de largura, e o limite da cilindrada ficou-se nos 5 litros. Finalmente, para evitar a fadiga dos pilotos que guiavam durante muito tempo, a substituição deveria efectivar-se às catorze horas ou às setenta e duas voltas seguidas (mesmo assim, cerca de 1000 km!) Nestas condições, a Jaguar permanecia a grande favorita com os seus três carros oficiais, mas a Ferrari (também com três automóveis) e a Aston Martin (dois) apresentavam-se como sérios candidatos à vitória. Nas fileiras da Scuderia, Phil Hill, Duncan Hamilton ou Olivier Gendebien e Maurice Trintignant tinham as garras afiadas. Na Aston Martin, esperava-se que Stirling Moss ou Peter Walker trouxessem finalmente a vitória. Entre os marginais, um dos Talbot que adoptara um motor Maserati de 2.5 litros tinha a conduzi-lo Jean Behra e Louis Rosier. Entre as cilindradas pequenas, Paul Armagnac, o iniciador do circuito de Nogaro (Gers), que mais tarde adoptaria o seu nome, fez-se notar. A corrida correu muito mal para a fera de Coventry: a partir da segunda hora, foram eliminados dois carros oficiais por acidente! O nº 1 de Mike Hawthorn/lvor Bueb avariado perdeu cerca de vinte e quatro voltas. Felizmente para a firma inglesa, o Jaguar privado da equipa escocesa conseguiu (com dificuldade) conter respectivamente o Aston Martin nº 8 e o Ferrari nº 12.


Lendas de Le Mans
Planeta de Agostini
Facebook