Resumo da corrida
Com cinco carros à partida, todos à chegada, o pior classificado em sexto lugar e um pódio completo, os Jaguar D não o fizeram por menos. Só um Ferrari oficial conseguiu apanhar as migalhas deixadas pelos automóveis ingleses. |
Esta edição de 1957 das 24 Horas de Le Mans foi pródiga em acontecimentos especiais. Mike Hawthorn, que deixou a Jaguar para alinhar pela concorrência na Ferrari estabeleceu um novo recorde da volta ao superar a fasquia mítica dos 200 km/h de média ao volante do seu 335 S, melhorando em 22 segundos a cronometragem do ano anterior. É verdade que em 1956 as condições climatéricas não foram as melhores, mas a média geral das vinte e quatro horas da corrida do Jaguar D vitorioso passou dos 168 km/h para os 183 km/h em 1957. Ninguém conseguiu evitar o cilindro esmagador chamado Jaguar que fez os seus cinco carros cortarem a meta (nos seis primeiros lugares!), ao passo que apenas dois Ferrari, dos dez que partiram, acabaram a prova. No entanto, desde o começo, todos os pretendentes à vitória se encontravam nos postos avançados: a Maserati, a Aston Martin e obviamente a Ferrari lideraram a prova em algum momento. Mas o ritmo infernal imposto pelos Jaguar acabou por ser fatal para estes líderes que se iam sucedendo. O Ferrari 335 S de Mike Hawthorn bateu repetidamente o recorde da volta a uma média superior aos 200 km/h. A mecânica, contudo, não suportou durante muito tempo este ritmo de Grande Prémio e, à quinta hora, um pistão deu de si. E mesmo sem a inscrição de um único veículo oficial pela fábrica Jaguar, os Jaguar D privados esmagaram completamente a concorrência. Restava saber qual deles iria vencer. O nº 4 do americano Masten Gregory e do inglês Duncan Hamilton era o mais rápido de todos, apesar de um atraso devido a um interior queimado pela panela de escape. Mas foi o segundo 3.8 litros (os outros três Type D estavam equipados com o motor de 3.4 litros) de Flockart/Bueb que deu à jaguar a sua terceira vitória consecutiva em La Sarthe esfumando-se num combate de honra. É de notar que o piloto que chegou em décimo quinto lugar fez a sua estreia em Grandes Prémios dois anos antes. Integrado na equipa Cooper, Jack Brabham conquistaria dois anos depois o título supremo. O Lotus Eleven, de chassis tubular e motor Coventry Climax, criado em 1956 por Colin Chapman, acabou por vencer nesta prova os DB e Panhard no índice de desempenho, graças à sua estrutura ultraleve. Finalmente, 1957 foi a última edição para a equipa de Amedée Gordini em Le Mans. O T 155 de Robert Lacaze/Charles de Clareur abandonou à décima segunda hora, enquanto o T 24S de Jean Guichet/André Guelfi também gripou o motor antes de cair a noite. Este domínio descomedido da Jaguar marcou toda uma geração de espectadores que ainda se lembram do perfÍl tão característico dos famosos «Jag D». |
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