Resumo da corrida

Resumo da corrida

Previous 1984  1986 Next

Com dez vitórias nas 24 horas de Le Mans, a Porsche destronou a Ferrari que tem nove sucessos no seu activo em La Sarthe. No entanto, a. marca de Stuttgart deve este recorde a uma equipa privada, e o primeiro dos seus carros oficiais teve de se contentar com o terceiro lugar do pódio.
 

À força de ser alardeada por um grande número de medias, a redução do abono de combustível em 15% fazia antecipar uma corrida económica, particularmente aborrecida e soporífica. No entanto, a distância percorrida pelos vencedores (mais de 5000 km) obrigou a um desmentido contundente, ao desprezarem os 2210 litros concedidos ao Grupo C1. Efectivamente, o 956 vitorioso consumiu apenas 40,52 litros aos 100 km, quando tinha direito a um pouco mais de 44 litros. É incontestável que o Porsche 956 que vencia em Le Mans desde 1982 ainda tinha qualquer coisa a mostrar. Quem poderia batê-lo? Só se fosse o novo 962 C biturbo com três modelos a alinhar pela fábrica, e dois pela Kremer e pela Brun Motorsport. Evolução do 962 do regulamento IMSA, ele próprio derivado do 956, este carro tinha argumentos sólidos para se evidenciar. Tanto mais que pilotos da categoria de Jacky lckx, Jochen Mass, Hans Stuck, Derek Bell, Al Holbert ou Vern Schuppan conheciam perfeitamente o circuito das 24 Horas de Le Mans. Quanto a John Watson, veio directamente da McLaren e da Fórmula 1.

No começo, os Porsche de fábrica pareciam querer gerir o combustÍvel e esperar pelo primeiro abastecimento para ver como deveriam reagir. Os Porsche privados comandavam o baile (Fitzpatrick, Lloyd, Brun, Obermaier...) e, durante a primeira hora, o surpreendente Emka de motor V8 Aston Martin surgia no quinto lugar mesmo atrás do primeiro Porsche Rothmans de Holbert/Watson/Schuppan. Tif Needell conseguiu mesmo liderar durante algum tempo beneficiado pelos reabastecimentos. À vigésima volta, a Porsche ficou mais uma vez à frente, graças a Ludwig/Barilla/Winter; e a marca alemã não voltou a ser incomodada até ao fim. Mas os 956 pareciam mais rápidos que os 962 que, ainda por cima, depararam com diversas contrariedades que provocaram alguns atrasos. Já os Lancia LC2 não chegaram a iludir. No final da corrida, assistiu-se a uma hecatombe nas fileiras da Porsche, já que as posições da frente permaneceram inalteráveis até ao cair da bandeira axadrezada. E se o único Porsche de fábrica quase não conseguiu chegar ao pódio, Stuttgart conseguiu impor rapidamente - e com bons resultados - o 962 nos anos seguintes.


Lendas de Le Mans
Planeta de Agostini
Facebook