Resumo da corrida

Resumo da corrida

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A falta de concorrentes, sobretudo estrangeiros, na edição de 1927 deixou os organizadores decepcionados. A 6ª edição das 24 Horas de Le Mans, porém, viu chegar uma equipa de ponta: a Stutz atravessou o Atlântico para enfrentar a Europa!
 

Nos anos 20, a Stutz era uma marca predominante em todas as competições americanas, depois das suas brilhantes vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis. A vinda a La Sarthe em 1928 de um speedster Black Hawk (Falcão Negro) em versão boattail (cauda de barco), motorizado com um 8 cilindros em linha de 4.9 litros de cilindrada e uma potência de 115 CV, fez estremecer as outras fábricas. Convém lembrar que as primeiras edições das 24 Horas de Le Mans estavam reservadas aos fabricantes que deveriam alinhar com modelos de série comercializáveis no intuito de os promoverem. Só a partir de 1929 é que os «privados» começaram a competir em Le Mans. Com base em Indianápolis, a equipa americana acabara de sofrer uma derrota nas 500 milhas do seu circuito fetiche e queria lavar a afronta. As marcas francesas encontravam-se pela primeira vez em inferioridade numérica: dezasseis automóveis azuis (a cor dos Franceses) contra dezassete estrangeiros e bastante bons; a Stutz, é claro, mas também a Bentley, a Chrysler, a Aston Martin ou os mais recentes Lagonda.

Duelo no topo

A Meca das provas de resistência estava prestes a concluir a construção do seu minarete. Para as marcas mais importantes do mundo investirem nas 24 Horas de Le Mans, as suas fundações deveriam ser bastante fortes mesmo do outro lado do oceano. A corrida arrancou como se previa, com a Stutz e a Bentley à cabeça desde o início da prova, com uma ligeira vantagem para os americanos, acostumados que estavam às provas de longa duração. Mas foi o Bentley nº3 que bateu o recorde da volta mais rápida a uma média impressionante de 127 km/h. Tim Birkin, considerado o maior piloto britânico da época, estoirou com o recorde establecido no ano anterior pelo seu compatriota, também ao volante de um Bentley, baixando os 8'46" para os 8'07". Várias vezes ao longo da prova, tanto a Stutz como a Bentley se apoderaram alternadamente deste recorde simbólico. Depois de vinte e quatro horas de uma disputa renhida, partiu-se a caixa de velocidades do único Stutz inscrito e a vitória coube ao Bentley por um cabelo: o carro britânico terminou a prova com menos de 13 km de avanço, ou seja, menos de uma volta. Assim, não foram Birkin e Chassagne que ofereceram o primeiro lugar à marca inglesa, mas o presidente da empresa Woolf Barnato e o seu amigo Bernard Rubin, apesar de uma fuga no radiador do seu modelo de 4.5 litros.

Este duelo já anunciava outro. Em 1929, a equipa americana Stutz inscreveu três veículos com uma cilindrada elevada para os 5.3 litros, enquanto a Bentley apresentou quatro modelos de 4.5 litros e o seu novo Speed Six de 6 litros.


Lendas de Le Mans
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