Resumo da corrida

Resumo da corrida

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Quando a Ferrari dominava inteiramente o mundo das provas de resistência, o gigante americano Ford inscreveu três GT40 conduzidos por pilotos de ponta com a intenção de destronar a «Scuderia».
 

O tom foi dado durante os ensaios com John Surtees e Lorenzo Bandini a conseguirem a pole position ao volante do Ferrari 330P de 4 litros n.º 19, acossado pelo Ford GT40 n.º 11, com um motor V8 de 4,2 litros, dos americanos Richie Ginther e Masten Gregory. A parada era alta, pois a Ferrari e a Ford tinham acabado de entabular conversações renhidas para uma eventual fusão. A Ferrari precisava de apoio financeiro e a Ford desejava agarrar a oportunidade de uma aproximação histórica uma marca europeia de topo. Não se conhecem exactamente as exigências da Ford, nem os mais íntimos desejos de Enzo Ferrari, mas o Commendatore recusou, no último momento, uma oferta de 18 milhões de dólares. Esta batalha de protótipos não deve contudo encobrir a que se iria disputar entre os carros inscritos em GT (Grande Turismo) com os quatro 250 GTO da Ferrari e os dois AC Cobra Daytona de Carroll Shelby, mais o roadster inscrito pela fábrica AC. Os automóveis de Maranello, invencíveis em La Sarthe desde 1960 e dominando o campeonato desde o início da temporada, não deixaram de tremer sobre o seu pedestal. Deve-se acrescentar que o gigante americano não olhou a meios para disputar esta edição. Inscreveu apenas três veículos, mas com pilotos de ponta: Phil Hill, Bruce McLaren, Masten Gregory, Richie Ginther, Jo Schlesser e Richard Atwood. A Ferrari pôde contar mais uma vez com Graham Hill, Pedro Rodriguez, John Surtees e outros pilotos especialistas em Le Mans. Mas as 24 Horas de Le Mans são uma corrida especial e só uma equipa que tivesse atingindo o auge da sua arte neste tipo de provas é que poderia esperar a vitória. A Ford aprendeu a sua lição com o abandono dos seus três bólides. O n.º 12 de Atwood/Schlesser abandonou por causa de um incêndio, enquanto os outros dois foram vítimas de rupturas na caixa de velocidades. No entanto, os GT40 mostraram-se muito rápidos com uma cronometragem de mais de 300 km/h na recta de Hunaudières. Foi finalmente Jean Guichet, terceiro em 1961 e segundo em 1962, que acabou por ganhar depois de uma prova muito regular. Na categoria de 2 litros, a Porsche dominou colocando três carros entre os dez primeiros da classificação geral. Decididamente, a fábrica de Stuttgart assentara arraiais em Le Mans. A Ford ganhou experiência nesta edição, mas a Ferrari não pretendia ficar por ali e afiava já as suas armas para prosseguir na sua dinâmica de vitórias.

Lendas de Le Mans
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