Resumo da corrida
Os organizadores podiam prever uma certa diminuição do público por causa da chegada recente dos transístores miniaturizados, mas, mesmo assim, cerca de 350 000 espectadores acomodaram-se em redor do circuito das 24 horas de Le Mans nos dias 28 e 29 de Setembro de 1968. |
Facto único na história das 24 Horas de Le Mans, a corrida teve lugar em finais de Setembro por causa dos acontecimentos de Maio de 68. Depois da Ford ter acabado com a hegemonia da Ferrari na primeira metade da década, o público compareceu em massa para assistir a um duelo que alguns adivinhavam acirrado entre as marcas americana e italiana. Os franceses, por seu lado, sentiam alguma curiosidade em ver o comportamento dos Alpine que, apesar da sua fraca cilindrada, já tinham dado um ar da sua graça no ano anterior. Apresentaram-se onze Alpine e o que mais chamou a atenção foi o A 220, equipado com o novíssimo V8 de 3 litros engendrado pelo «mago» Amédée Gordini. Mas a Porsche a Alfa Romeo também estavam preparadas para deixarem boas recordações aos fãs das emoções, decididas a partilhar do banquete prometido às duas marcas favoritas. o limite nos 5 litros de cilindrada dava esperança aos apoiantes das diversas marcas, mas os tifosi, incondicionais do Cavallino Rampante, sonhavam em segredo com a vingança face aos bólides vindos do outro lado do Atlântico. Mas não ganharam para as despesas, já que o único que sobrou da Scuderia foi o 250 LM, pilotado por dois ingleses, que conseguiu um medíocre sétimo lugar. os virtuosos Rodriguez e Bianchi também travaram um combate rude pela Ford, com um único carro à chegada, que não deixou de acabar em primeiro lugar. lnexoravelmente, a Porsche aproximou-se da vitória final, ao completar o pódio com um 907 e um 908 que terminaram praticamente ao mesmo tempo. Os Alfa Romeo da Autodelta fizeram mais do que se defender, mas ainda não foi desta que conseguiram reencontrar o lustro que os fez brilhar de 1931 a 1934. Os Alpine conseguiram um formidável resultado conjunto ao monopolizarem o pódio da classe 1001-1500 cc e ao colocarem cinco carros nos quinze primeiros lugares da classificação geral. Sem conseguirem levar a luta até ao fim contra os protótipos, as pequenas berlinas azuis abriram caminho para o ano seguinte a uma firma que depressa se tornaria uma marca de ponta no meio dos automóveis desportivos franceses: a Matra. |
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