Resumo da corrida

Resumo da corrida

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Depois do Stutz, ausente, outro «prodígio» americano chegou a Le Mans em 1933. O enorme Duesenberg SJ, pilotado pelo príncipe Nicolau da Roménia e por Joseph Cattaneo fez figura de monstro superpotente. A equipa da AIfa Romeo estremeceu no momento da partida, a 17 de Junho de 1933.
 

Pode-se imaginar a cena oferecida pelo bolide americano cuja reputação já atravessara o Atlântico. lmaginem um monstro de cerca de 7 litros de cilindrada, 8 cilindros, 32 válvulas, que desenvolve mais de 320 CV com o seu motor sobrealimentado. O modelo de série alcançava os 160 km/h em 17s e a sua velocidade de ponta era de 210 km/n. Tendo em conta que a Duesenberg fabricava carros de luxo com uma afinação exemplar; equipados com um motor capaz de percorrer dezenas de milhares de quilómetros sem praticamente qualquer intervenção, a concorrência podia esperar o pior. No entanto, o circuito de La Sarthe não tem nada a ver com as ovais americanas onde a potência pura é uma vantagem muitas vezes decisiva. Ainda por cima, o regulamento drástico elaborado pelos dirigentes do Automobile-Club de l'Ouest não convinha ao sequioso Duesenberg. À 59ª volta parou para reabastecer; para os juízes, foi cedo de mais e a sanção foi imediata: desqualificação.

Os dados estavam lançados: com sete carros inscritos, tudo indicava que a vitória não podia escapar ao novo Alfa Romeo, apesar dos três Aston Martin de fábrica. os espectadores cada vez mais numerosos sob um sol tão radioso como o do ano anterior só tinham olhos para os bólides italianos que corriam à cabeça. Louis Chiron teve uma falsa partida com o seu Alfa, o de Varent e Chinetti atrasou-se por causa de uma fuga no reservatório da gasolina (arranjado com pastilha elástica) e o grande Nuvolari, que passou satisfeito da moto para o automóvel, apropriou-se do comando da corrida pouco antes do fim. Como já acontecera a Barnato em 1928, a Chinetti em 1932 e evidentemente aos dois primeiros vencedores Lagache e Leonard, Tazio Nuvolari passou a fazer parte dos pilotos que levaram de vencida as 24 Horas de Le Mans desde a sua primeira participação. Quanto a Raymond Sommer subiu ao topo do pódio pelo segundo ano consecutivo, conseguindo ao mesmo tempo pulverizar em dez segundos o recorde da volta mais rápida estabelecido no ano anterior por Minoia ao volante do seu Alfa. A média estabelecida ao longo destas vinte e quatro horas passou dos 123 para os 131 km/h. Incontestavelmente, os carros vermelhos tinham ganho uma enorme experiência em La Sarthe. A marca italiana igualou o recorde da Bentley com três vitórias seguidas. E a cereja em cima do bolo: foram os três Alfa Romeo de 2.3 litros que monopolizaram o pódio, enquanto o surpreendente Riley de 1100 cc arrebatou o quarto lugar. Começou-se logo a falar da presença dos foguetes italianos no ano seguinte. o que ainda não se sabia era que, em 1934, Le Mans contaria com o número recorde de 44 automóveis inscritos.


Lendas de Le Mans
Planeta de Agostini
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