Resumo da corrida

Resumo da corrida

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Todos estavam à espera de uma vitória francesa naquele domingo de 19 de Junho, porque mais de metade dos concorrentes eram carros azuis. Mas a ameaçadora Alfa Romeo acabara de vencer sem dificuldade as Mille Miglia...
 

Os bólides tricolores apareceram em força: seis Talbot, três Peugeot Darl'Mat e sobretudos Delahaye achavam-se à altura de contrariar a Alfa Romeo que saía de duas derrotas consecutivas depois das quatro vitórias seguidas de 1931 a 1934.

A partir de 1933, a Delahaye concentrou-se na produção de veículos de prestígio. Para se manter fiel às ideias do fundador Émile Delahaye, que não hesitou em participar em todas as primeiras corridas de automóveis (como a Paris-Marselha-Paris de 1896), a Société des Automobiles Delahaye entregou-se mais uma vez de corpo e alma à competição para acautelar a promoção dos seus modelos de luxo. Sob a direcção de Charles Weiffenbach, mais conhecido por «Monsieur Charles», que na altura era o responsável pelo fabrico dos carros e pelo programa de competição oType 135 foi concebido em 1934 e tornou-se o modelo que melhor assegurou a notoriedade da marca parisiense. Em 1935, o 135 de Henri Toulouse e de Marcel Mongin terminaram num soberbo 5." lugar, tendo em conta que era a sua primeira participação em Le Mans. Em 1937, a reputação da marca era tal que foram sete as equipas a optar por um carro 135 e quase todos do modelo S. Bingo! Destes sete Delahaye, dois conseguiram um 2º e um 3º lugar atrás do Bugatti 57 G. Em 1938, encontraram-se mais uma vez sete Delahaye na linha de partida e dois deles eram osType 145 equipados com um motor V12 de 4.5 litros. Louis Chiron e René Dreyfus foram infelizmente vítimas de um sobreaquecimento no seu nº 1, enquanto a equipa franco-italiana, constituída por Albert Divo e Gianfranco Comotti, seria traída pela caixa de velocidades do nº 2. Mesmo assim, restavam os Type 135, que muitos classificaram de Fórmulas 1, tão adaptados que estavam à competição. Conseguiriam vencer o desafio? Tudo indicava, porém, que isso não aconteceria ainda nesse ano já que o Alfa Romeo 8C de Sommer e Biondetti «levantou voo» logo a patir da primeira volta. Durante cerca de vinte e duas horas, os franceses viram-se e desejaram-se para seguirem o enorme coupé italiano que voava para uma vitória mais que certa. Com cerca de quinze voltas de avanço, Clemente Biondetti e Raymond Sommer conseguiram manter à distância e com todo o à-vontade os Delahaye nº 14 e nº 15 que seguiam um atrás do outro com um máximo de duas voltas a separá-los. Mas o circuito de Le Mans é tão imprevisível que guarda sempre acontecimentos inesperados para os últimos momentos da prova. Na altura em que estava prestes a bater o recorde da distância, o Alfa Romeo nº 19 parou a duas voltas da meta: as válvulas não aguentaram. Apesar de muito cansados, os dois parisienses nº 14 e nº 15 conseguiram até cruzar a linha de chegada com um avanço confortável sobre o Talbot de Morel e de Prenant inscrito por Luigi Chinetti.


Lendas de Le Mans
Planeta de Agostini
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