Resumo da corrida

Resumo da corrida

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Com uma colheita de recordes em todos os sentidos, esta vigésima primeira edição pôde ser classificada como um ano de boa safra pelos organizadores. A partir de então, passou a ser necessário pertencer à «alta-roda» para se participar na prova.
 

Dos discos dos Jaguar que concederam à marca inglesa os lugares cimeiros, passando pelos recordes obtidos na pista e no número de pedidos de inscrição (127 para 60 lugares), 1953 foi indiscutivelmente um grande ano no que respeita à evolução tecnológica. Basta pensar que o italiano Alberto Ascari, que estabeleceu o recorde da volta mais rápida em 1952 com 4' 40" ao volante do Ferrari 250 S, pulverizou este desempenho com o 375 MM rodando 13 segundos mais depressa. No mesmo sentido, os quatro primeiros da corrida superaram pela primeira vez a fasquia dos 4000 km em vinte e quatro horas. Depois da Jaguar em 1951 e da Mercedes em 1952, a maioria dos correctores de apostas esperavam um duelo entre a Ferrari e a Alfa Rorneo, tanto mais que os Type C ingleses tinham sido derrotados nessa mesma temporada nas Mille Miglia. Mas Juan Manuel Fângio, que nunca conseguiu terminar nenhuma das 24 Horas de Le Mans em que participou, rebentou com o motor do seu Alfa e o mesmo sucedeu com os outros 6C. Alberto Ascari sentiu falhar a embraiagem do seu Ferrari. O único carro italiano a acabar classificado foi o 340 MM da marca do Cavallino Rampante, e, mesmo assim, em quinquagésimo lugar da geral. Foi a derrocada para os automóveis vermelhos, sobretudo depois da morte de Tom Cole, que capotou ao volante do seu Ferrari 340 MM. Todos repararam em Jean-Louis Rosier na partida, autor de uma corrida de antologia em 1950, durante a qual conseguiu finalmente vencer ao volante de um Talbot. Desta feita, mudou radicalmente, mas também correu num automóvel francês, escolhendo para esta edição um Renault, ao lado do seu companheiro de equipa Robert Schollmann. Terminaram a corrida na vigésima terceira posição não foram os últimos e conseguiram manter uma média de 122 km/h com um motor de 747 cc. Resta apenas na memória de todos a validação de um avanço tecnológico superior: a vitória de um Jaguar Type C equipado com travões de disco. Manifestamente menos veloz numa volta que os seus concorrentes directos, beneficiou de uma potência e de uma resistência de travões que, durante as vinte e quatro horas da corrida, se revelaram particularmente determinantes.

Ao percorrermos a longa lista de espera das equipas candidatas à partida, damo-nos conta de que o amadorismo foi definitivamente afastado das 24 Horas de Le Mans. Efectivamente, a Automobiles Talbot, a Alfa Romeo S.P.A., a Frazer Nash Ltd., a Singer, a Gordini, a Renault, a Panhard ou a Automobiles Deutsh & Bonnet viram as suas inscrições relegadas para uma lista de espera.

Texto corrigido por Luis Santos.


Lendas de Le Mans
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